quinta-feira, 19 de novembro de 2020

HOMENAGEM DA ESCOLA LINDALVA DE MORAIS AO MESTRE DOCA ZACARIAS NOS SEUS 91 ANOS DE VIDA!

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HOMENAGEM A DUAS DIRETORAS NEGRAS DA ESCOLA LINDALVA DE MORAIS

    A mulher negra brasileira vem assumindo ao longo da história de nosso país inúmeras lutas, cada uma delas se impõem como uma forma de enfrentamento contra a opressão, contra a marginalização, são muitas as práticas de poder que procuram impedir sua ascensão como protagonistas da história do país. Desde o século XIX essas mulheres se colocaram como força ativa e transformadora da sociedade, são elas que ao se engajarem nas lutas sociais erigem uma nação democrática e mais justa.

    Na Semana da Consciência Negra do ano de 2020 precisamos mais do que nunca lembras do protagonismo das mulheres negras que se insurgiram contra o escravização das pessoas negras, contra o racismo do Brasil no Pós-abolição, contra as políticas segregacionistas do estado brasileiro.

   Mulheres que partilhando dos ideias de justiça, igualdade e de que todos são irmãos, propuseram um novo modelo de sociedade e criaram através de suas falas e práticas a esperança de um país melhor. Assim são as duas educadoras negras que dirigiram a E.E.M.Dona Antônia Lindalva de Morais nos últimos oito anos, Neininha (2005-2013) Ana Nunes (2013-). Duas mulheres que assumiram a missão de educar os jovens da cidade de Milagres, que foram nomes marcantes no processo educativo da Escola Lindalva de Morais. Duas grandes lideranças negras do município de Milagres, que compreendem ser necessário educar para transformar a sociedade


    Nesta Semana da Consciência Negra quero parabenizar essas duas educadoras que muito contribuíram e contribuem com a nossa querida Escola Estadual e para o sucesso dos nossos jovens.

 


PARABÉNS MULHERES NEGRAS, PROTAGONIZANDO SUA PRÓPRIA HISTÓRIA!

OUTRAS SEMANAS DA CONCIÊNCIA NEGRA NO ESTADUAL - RETROSPECTIVA

 

Os Pretinhos de Congos se apresentam na Escola Lindalva de Morais, Mestre Doca Zacarias ensinando seus saberes ancestrais para a Juventude Negra do estadual.

Momento maravilhoso em 2014 quando os Congos de Milagres receberam homenagens da nossa Escola Lindalva de Morais por seu maravilhoso papel de educar através dos saberes ancestrais.
Meninos e meninas do Congo de Mestre Doca Zacarias em momento de alegria e homenagens no Estadual. Temos orgulho de ser uma escola inclusiva e de problematizar a educação antirracista.
Os Conguinhos de Milagres mostram com  orgulho suas vivências negras, sua cultura e sua história de lutas e memórias do povo negro do Vale do Riacho dos Porcos.
Nós somos apenas espectadores esses Congos são os protagonistas da vastíssima história afro-brasileira em Milagres.
Apresentação dos Congos de Milagres em 2014 na E.E.M. Dona Antônia Lindalva de Morais
Fazendo todo o Ritual de Coroação dos Congos, Mestre Doca Zacarias educa nossos alunos a assumirem sua ancestralidade e sua  negritude profunda.
Todos os Mestres da Cultura são educadores e a Escola Lindalva de Morais compreende MESTRE DOCA ZACARIAS como educador dos próprios educadores da escola.
Toda a Escola Lindalva de Morais se emocionou com esse momento no dia 19 de novembro de 2014, foi um dos grandes momentos para nossa africanidade do estadual.
O MESTRE DOCA ZACARIAS na sua função de educador, toma a palavra e educa uma escola inteira, esse é o verdadeiro educador ancestral!
Alunos da escola apresentam dança africana na Semana da Consciência Negra de 2015, mais uma homenagem as africanidades milagrenses.


Manter viva as raízes ancestrais africanas, criar uma prática educacional antirracista, esse é o papel da escola, o Estadual sempre na vanguarda das políticas públicas.


A professora mestra Lourdinha Gonçalves apresentando Mestre Doca Zacarias e seus Pretinhos de Congo aos alunos.



Mais um ano com Mestre Doca Zacarias na escola, em 2016, pensando com as africanidades as identidades afromilagrenses.
Mestre Doca Zacarias o príncipe do Reinado de Congo, homenagens não esgotam os favores que devemos a este rei africano.


Tradicional Feijoada do 20 de novembro no estadual, porque a história também é cheiro e sabores.


Cultivando a história e a memória afetiva dos sabores africanos na nossa tradicional feijoada, cozinha maravilhosa da negra Corrinha de Seu Vicente, educando pelo paladar e pelo olfato, ensinando história com seu delicioso tempero africano.




Compartilhando saberes e sabores africanos, todo mundo aprendendo com nossa deliciosa e tradicional feijoada de 20 de novembro, aprendem os alunos e aprendem os professores.


FESTA DE ANIVERSÁRIO DE MESTRE DOCA ZACARIAS, COMEMORANDO SEUS 85 ANOS COM OS ALUNOS DA ESCOLA LINDALVA DE MORAIS, FOI UMA TARDE MARAVILHOSA DE INSACIÁVEL APRENDIZADO!


Carlos César Pereira de Sousa



quarta-feira, 18 de novembro de 2020

MEU POVO PRETO DO ESTADUAL, MAIS UMA VITÓRIA DA NOSSA CAUSA POR UMA ESCOLA E UMA SOCIEDADE ANTIRRACISTA

 

Cinco projetos para trabalhar a Consciência Negra na escola





Estudantes do município de Milagres (CE) criam  projeto “Juventude Negra: Movendo Estruturas” para discutir o genocídio da população negra e exaltar a cultura afro-brasileira

No dia 20 de novembro, celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Marcada pela morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra contra a escravidão, a data ressalta a importância da luta contra a discriminação racial e, também, da reflexão sobre os lugares ocupados pelas pessoas negras em nossa sociedade.

Por isso, o programa Criativos da Escola apresenta cinco projetos inspiradores de alunos do ensino fundamental e médio estão combatendo o racismo, valorizando a cultura negra e contribuindo com ações antirracistas na prática.

Um desses projetos foi protagonizado por um grupo de estudantes do 2° e 3° ano do ensino médio da Escola Municipal Dona Antônia Lindalva de Morais, do município de Milagres (CE). Ao refletirem sobre o aumento constante da violência contra a população negra no Brasil, os adolescentes criaram a iniciativa Juventude Negra: Movendo Estruturas. O projeto recebeu menção honrosa na quinta edição do Desafio Criativos da Escola.

Durante as aulas de Formação para a Cidadania, os estudantes foram incentivados a debaterem sobre o crescimento do racismo e da violência contra o jovem negro e a mulher negra no Brasil.  Foi aí que nasceu a iniciativa.

O grupo refletiu sobre a condição das pessoas negras no país e passou a fazer uma pesquisa mais aprofundada das bibliografias que discutem sobre a população afro-brasileira.

Depois das leituras, os alunos aplicaram um questionário para compreenderem a diversidade étnica na escola e também, para conhecerem quem eram estudantes negros da instituição. A partir disso, os alunos passaram a desenvolver uma série de ações que abordavam a cultura, a história e a realidade negra do Brasil.


Estudantes do projeto Juventude Negra: Movendo Estruturas em ação de valorização da cultura negra – Foto: Divulgação

Entre elas, estavam o seminário “Vidas Negras Importam!”, a oficina de direitos humanos “Todos os mortos eram bandidos: genocídio ou extermínio do povo negro no Brasil?”.  E, por fim,  realizaram o café filosófico “Somos muitos, somos milhões, somos aqueles silenciados: o que é cidadania negra no Brasil?”. 

A iniciativa ajudou os alunos negros a assumirem suas identidades, reconhecendo-se e admirando-se. A escola passou a incluir conteúdos sobre a História da Cultura Afro-brasileira e Africana em todas as disciplinas, conforme determina a Lei Federal 10.639/2003

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Alunos apresentam trabalho sobre Angola – Foto: Divulgação

 

Confira abaixo, mais mais quatro projetos criados por alunos que tratam da valorização da cultura negra  e do combate ao racismo.

As iniciativas também foram destaques na última edição do Desafio Criativos da Escola:

A Comunidade Quilombola de Opalma em Pauta: estudantes do município de Cachoeira (BA) se incomodam com a falta de notícias sobre a realidade do Quilombo de Opalma. Para mudar essa situação, criam uma ferramenta online para compartilhar acontecimentos da região com a população. 


Estudantes do projeto A Comunidade Quilombola de Opalma em Pauta – Foto: Divulgação

Potere: O lugar da mulher negra no Colégio Pedro II: estudantes da cidade do Rio de Janeiro (RJ) registram o dia a dia das mulheres negras da escola, por meio de processos artísticos audiovisuais. Iniciativa nasceu depois de uma série de debates sobre racismo estrutural e as desigualdades de gênero na escola.


Estudantes do projeto Potere falam sobre a mulher negra – Foto: Divulgação

Mais Amor Menos Guerra: estudantes de São Bernardo do Campo (SP) realizam atividades de contação de histórias em creches e oficinas de bonecas negras Abayomi para abordar a diversidade racial e a importância do respeito. Iniciativa tem como objetivo combater a violência e propagar o amor no território em que vivem.

Afroativos: solte o cabelo, prenda o preconceito: ao perceberem o desconforto de crianças negras com o seu cabelo, alunos da cidade de Porto Alegre (RS) passam a refletir sobre a intolerância, o preconceito e o racismo. Para mudar este cenário, eles decidem promover oficinas, formações e palestras sobre educação antirracista na escola. 


Afroativos: solte o cabelo, prenda o preconceito – Foto: Divulgação

Em 12 de novembro, 2020   /   Notícias   /   Deixe um comentário

 

DIA 20 DE NOVEMBRO, DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA




Em tempos de um amor sem cor, 

E onde a paz não veste branco, 

O sentimento é incolor, 

E o preto ainda causa espanto. 


Tanto quanto o que se fere, 

E o que esconde nas pessoas, 

Desde quando eram crianças, 

Quando ainda eram boas. 


Violência contra o negro, 

Ainda é um caso sério, 

Deixando o preto sem saída, 

E o sofrimento a seu critério. 


A consciência negra, 

Tem cor de muita luta, 

De um povo forte e guerreiro, 

Que não foge da labuta. 


Tem a cor do sofrimento, 

Dos injustos julgamentos, 

E do preconceito velado.

Tem a cor de quem sofreu, 

Que sofre, mas aprendeu, 

A jamais ficar calado. 


Talvez consciência negra, 

Tem a cor de igualdade, 

De Mandela e de outros reis, 

Que só deixaram saudades.

TAINÁ LAVOR - PROFESSORA DE QUÍMICA

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - POR UMA ESCOLA ANTIRRACISTA!


A luta contra o racismo começa na sala de aula e vai às ruas do país inteiro

Resistência Negra contra o racismo é a bandeira de luta de todo o povo brasileiro!

País consciente é país sem racismo!

Mestre Doca Zacarias e seus Pretinhos de Congo nas ruas de Milagres na década de 1950, fotografia histórica do início do reinado de Mestre Doca.

Guardiães da ancestralidade africana os Congos de Milagres é o maior patrimônio cultural negro do Ceará e uma das mais importantes marcas da história e da cultura africana e afro-brasileira do Brasil.

Desfile dos Congos na cidade de Milagres - Patrimônio da Cultura Mundial

Nessa fotografia da década de 1950 vemos Mestre Doca Zacarias comandando seu Reinado de Congo

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

GRUPO DE VALORIZAÇÃO NEGRA DO CARIRI COMEMORA DUAS DÉCADAS DE RESISTÊNCIA

 


Pâmela Queiroz 

 

O Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) completou 20 anos nessa terça-feira (21/4). O coletivo é instrumento de importantes movimentações ligadas ao combate à discriminação, ao preconceito e ao racismo no interior do Ceará.

Tudo começou em 2000, após Luciano Carvalho, Verônica Carvalho, Maria Eliana de Lima, Adriano Almeida, Janaina Costa, Zildene Pereira, Risomar Alves, Charles Farias e Cícero Erivaldo refletirem sobre a realidade da negritude brasileira e cearense. A discussão teve como pano de fundo a Conferência de Durban, promovida naquele período pela Organização das Nações Unidas (ONU) contra o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e formas correlatas de intolerância.

A conversa impulsionou os indivíduos a transformar lutas individuais em ação coletiva. E, assim, eles fundaram a organização que naquele momento pretendia responder a duas perguntas: existem negros no Ceará? Quais contribuições esses negros deixaram para o nosso território?

Segundo Valéria Carvalho, educadora popular e membro do grupo, a data de fundação do Grunec (21 de abril) não foi escolhida à toa, pois “enquanto o Brasil celebra um “herói” nacional nós celebramos o nosso verdadeiro herói que é Zumbi dos Palmares”. Para a ativista, ao longo das duas décadas, o grupo se pautou na “busca da dignidade que vem a partir do conhecimento da nossa história.”

Desde 2000, a organização já desenvolveu inúmeras atividades relevantes. Ações como o mapeamento das comunidades negras e quilombolas do Cariri cearense, que colocou essas regiões oficialmente no mapa do Estado.

Além disso, o Grunec contribui há dez anos com a construção da caminhada contra a intolerância religiosa realizada anualmente em Juazeiro do Norte e foi pedra angular para a realização da Marcha das Mulheres Negras do Cariri, realizada em 2015.

Hoje, o grupo tem proposto e atuado em questões ligadas à educação, saúde, mulheres negras, convivência com o semiárido e juventudes negras. E tem se dedicado a ações de acolhimento e integração de imigrantes venezuelanos que chegam à Região.

Nos últimos anos, muitos jovens têm se aproximado do Grunec, o que aponta uma renovação e ampliação das proposições de luta da organização. A estudante Maria Raiane, 21, faz parte da juventude do grupo há quatro anos e se aproximou da organização num momento delicado da vida.

“Eu estava na sala de aula me sentindo mal, com bastante vontade de chorar, enquanto no Grunec estava acontecendo uma oficina de turbante. Eu saí da aula e fui pra sede do Grunec participar da oficina. No momento de partilha, pela primeira vez, eu me senti ouvida; eu me reconheci naquelas pessoas. Desde então, nunca mais abri mão de construir esse movimento.”

Raiane completa que a luta encabeçada pelo Grunec é fundamental tendo em vista que o Cariri é composto majoritariamente por afro-quilombolas e afro-indígenas. “Eu reconheci que a luta pela negritude não é só por mim, mas por todas as pessoas que moram num estado como o Ceará, que historicamente nega a existência das pessoas negras”, pontua a jovem.

O Grunec consegue unir gerações, pessoas negras sexagenárias e juventude que, apesar das diferenças e de todas as dores marcadas na pele, enxergam beleza na vida. Segundo Valéria, a maior beleza do povo negro caririense é a existência coletiva e partilha contínua. Raiane, por sua vez, destaca que conheceu o amor de estar numa organização na qual acredita, junto de pessoas que consideram importante a sua vivência.

Nesse contexto, uma palavra compartilhada constantemente por vários integrantes do Grunec é “AmorAção”, que é entendido como fórmula fundamental para o ajuntamento de forças na construção de um novo amanhã para a negritude cearense. Por isso, há 20 anos os corações pretos caririenses bradam: vida longa ao Grunec!












 Fonte das imagens: Buscador google.